segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Podes nunca mais morrer?

Parece uma pergunta tonta, sem sentido.
Parece-se com um futuro estranho e perdido...
Parece que ainda estás lá,
quando eu voltar.
Parece que ainda te sinto a lutar.
Parece que trabalhaste a vida inteira.
Parece que nunca mais vou encontrar
os cozinhados à tua maneira.
Parece que esta vida não vê a maldade
E esconde tudo aos olhos da idade.
Parece que te vi a aqueceres-te à lareira
Parece-me que estavas fria
e me chamavas para a tua beira.
Parece que me pediste para ficar mais tempo,
E isso serviu para ti como um novo alento.
Parece que te querias despedir,
mas não querias ir, não querias partir.
Parece que deixaste uma mensagem de coragem,
Para todos continuarmos esta viagem.
Parece terminado o livro,
A história acabada.
Parece um último suspiro
E não acontece mais nada.
Parece que não quero lembrar
para não sofrer.
Parece-me que não vou dormir
para não te ver morrer
outra vez...

Princesa Boémia

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Cartas que nunca te mostrei

Já sentiste que podias morrer hoje, que eras plenamente feliz?
Já sentiste alguma vez que não precisavas de pedir mais nada? Nem um ano de vida, nem um melhor trabalho, nem um melhor namorado, nem uma melhor casa?
Quando é que sentiste isto? Qual foi a última vez? 
Qual foi a última vez que o teu coração não estava apertado? Que não chorava?
Lembras te?
Viveste esse momento com toda a alegria que ele merecia? Deste lhe o devido valor?
Se eu não estivesse cá amanhã, gostava de te ter dito, que a vida é muito boa! Que tem altos e baixos, mas que é uma oportunidade para seres feliz! Todos os dias! Ajudaste alguém hoje? Fizeste bem a quem te ama? Disseste a essa pessoa que é especial? Pode ser a tua última oportunidade... Nunca se sabe...
Se eu não estivesse cá amanhã gostava que tivesses dito a sorte que tens em me ter... Que não saberia viver sem mim... Gostava de ter ouvido isso no teu dia mais triste de sempre... A vida é demasiado boa para a desperdiçares na primeira reviravolta da vida...
Amo-te e nunca te abandonarei...

Princesa Boémia

terça-feira, 6 de setembro de 2016

(IN) Fidelidade (OUT)

Deixei as minhas dores de pernas de 70 horas de trabalho da semana passada no primeiro mergulho a 26,5ºC do Algarve!
Numa das conversas com os amigos na casa dos 20 reavivei uma conversa que tive com os meus doentes da casa dos 50. 
Hoje em dia ninguém aguenta nada, diziam os meus doentes! Hoje em dia, fica-se sem dinheiro ou cortou se demasiado o cabelo e separam-se logo!
Na casa dos 20, acreditam que estas mudanças são essenciais! Casamentos de 60 anos já não existem e graças a Deus que já não se toleram infidelidades e violência doméstica!
Na minha opinião chegamos de um extremo em que, principalmente as mulheres, não tinham capacidades económicas e também intelectuais para ter um papel de decisão no rumo de um casamento. 
No entanto, hoje, a cultura em que vivemos parece se ter esquecido das palavras fidelidade e lealdade. Hoje em dia reclamamos com o contrato de fidelidade de 2 anos de uma operadora qualquer! Hoje em dia casamos e no dia a seguir separamo nos sem qualquer razão ou explicação. Hoje em dia o nosso chefe não nos dá o horário que queremos e vamos embora sem pestanejar! Hoje em dia não queremos compromissos e não queremos estar fiéis a um sítio, pessoa, trabalho ou estilo ! Hoje em dia a palavra fidelidade só se faz acompanhar com o IN ou OUT!
Bom senso?

Princesa Boémia

segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Os melhores comentários aos nomeados para os Emmys


Para quem já está fartinho deste calor e prefere se actualizar nas séries que vai ficar viciado no Inverno, está a ler o post certo. O melhor especialista na matéria fez um resumo espectacular das melhores séries nomeadas para os Emmys e por causa disso já me deixou sem dormir umas noites à conta do Mr. Robot (eu sei que já vou atrasada!). 

Princesa Boémia

Chegámos à altura da temporada de prémios da televisão, isto numa altura em que a indústria televisiva tem nos últimos anos angariado grandes actores mais acostumados a grandes filmes de bilheteira em Hollywood. Assiste-se também a um grande fluxo dos maiores argumentistas do cinema para a televisão, talvez por força da maior flexibilidade para poderem adaptar e criar novas estórias sem “interferências” de terceiros. Para isso tem contribuído o aparecimento de alguns canais de televisão por cabo (Netflix, HBO, etc) que têm investido em séries próprias de qualidade, com grandes orçamentos, temas fracturantes e com os melhores actores. Os Emmys são os óscares da televisão e vão-se realizar no dia 18 de Setembro, no entanto são um pouco diferentes no que respeita às nomeações (mais parecidos até com os Globos de Ouro). Dividem-se em em 6 nomeados nas categorias de melhor série dramática e comédia, e respectivos actores de cada género, acresce ainda a categoria de mini-série/ telefilme, que são séries mais curtas.
Este ano na categoria de melhor série dramática temos a série The Americans, que incide sobre espionagem durante a guerra fria onde um casal de agentes soviéticos do KGB fazem-se passar por um casal americano. Uma das séries mais inteligentes da actualidade porque incorpora eventes da vida real durante a “cruzada” do casal em plena guerra fria. Better Caul Saul o spin-off da série Breaking Bad, já é um fenómeno de popularidade e apenas tem 2 temporadas. Acompanha o advogado Jimmy Mcgill  e as suas peripécias enquanto ele próprio monta o seu escritório no deserto do Novo México. Destaque também para Game of Thrones série aclamada pelo público à escala planetária, mas que a nível de emmys apenas tenha ganho o prémio para melhor série dramática o ano passado. Esta temporada manteve a bitola da anterior, no entanto apenas terá mais uma série o que pode indicar que talvez não seja este o ano para um bis. Dowton Abbey e Homeland, duas séries completamente distintas mas ao mesmo tempo tão iguais, porque foram de altos e baixos e esta última temporada de ambos (no caso da série inglesa foi mesmo a última) foi uma das melhores, principalmente de Homeland que parecia esgotado mas ressurgiu em força sempre “às cavalitas” de Claire Danes. Por último destacar para mim as 2 melhores séries das nomeadas, tanto House of Cards como Mr. Robot são fenómenos culturais e vão marcar um antes e um depois no género que representam. House of Cards recupera a forma nesta última temporada depois da anterior ter desiludido, numa altura em que parecia que se tinha esgotado o formato a aposta recaiu mais em incidir a estória na primeira dama Claire Underwood e foi uma aposta certeira, é aliás uma das favoritas para melhor actriz em série dramática. Mr. Robot acompanha um rapaz (Elliot) que é um hacker com vontade de mudar o mundo, nem que para isso faça cair alguns pilares da sociedade. A forma como a série desmonta falácias, suposições e tabus presentes na nossa sociedade faz despertar em cada um de nós um je ne sais quois de revolucionário. É a minha aposta para a vitória.
Quanto à categoria de comédia, temos como nomeados Back-ish, série que aborda a dificuldade de uma família de afro-americanos num bairro branco predominantemente da alta sociedade; Silicon Valley que acompanha uma equipa de geeks numa empresa da famosa “aldeia tecnológica” da Califórnia; Transparent série favorita cuja tema é a mudança de sexo de um pai de família. Veep acompanha a vida da vice presidente dos EUA, Unbreakable Kimmy Schmidt centra-se na vida de uma mulher que escapou de um culto religiosa e refugiou-se…em Nova Iorque. Por último temos a premiadíssima Uma Família Muito Moderna e a sub-valorizada Master of None com Aziz Ansari. Uma nota apenas para a categoria de mini-série onde destaco Fargo com uma segunda temporada melhor que a primeira, e American Crime Story: people vs OJ que nos relembra como foi o “julgamento do século” quando OJ Simpsons famoso jogador de futebol americano alegadamente assassinou a ex-mulher e o amante.
As minhas apostas são:

  • Melhor série dramática: Mr. Robot;
  • Melhor série de comédia: Transparent;
  • Melhor actor série dramática: Rami Malek, Mr. Robot;
  • Melhor actriz série dramática: Viola Davis (Como Defender um Assassino) / Robin Wright (House of Cards)
  • Melhor actor secundário drama: Peter Dinklage (Game of Thrones);
  • Melhor actriz secundária drama: Maggie Smith (Downton Abbey);
  • Melhor actor comédia: Jeffrey Tambor(Transparent); 
  • Melhor actriz secundária comédia: Judith Light( Transparent);
  • Melhor actriz comédia: Amy Schumer (Inside Amy Schumer);
  • Melhor actor secundário comédia: Tony Hale (Veep).

sábado, 20 de agosto de 2016

A premonição do adeus

Espera...
Um dia alguém te diz ao ouvido, baixinho, que o guião da tua vida foi rasgado e um argumentista furioso pegou nele sem dó nem piedade. Espera, mais um pouco...
Ele amanhã acorda mais bem disposto e reescreve a história e dá-te um final feliz.
Continua a esperar...
A paciência é uma das maiores virtudes que podes querer agora. 
Solta-se um suspiro, de certeza que é o final, eu sei. Mas não era... Aquela página da vida não rasgou assim tão facilmente. É feita de um papel antigo, vigoroso e trabalhado. Um papel de esperanças infundadas e de amor com fim à vista. Um papel que cheira a assados no forno de lenha, de fados e cheiro a campo. Esse papel está preso na última argola e por mais que Ele o puxe ainda não conseguiu rasgá-lo.
Que posso eu fazer? Esperar...


 Princesa Boémia

segunda-feira, 27 de junho de 2016

Daydreaming - Festival NOS Alive 2016

Se há promessa que fiz para 2016 foi que fosse um ano cheio de música! 
Além de pequenos concertos ao longo do ano, do festival NOS Alive que vou dia 8, espero ir também ao Vodafone Paredes de Coura!
No entanto, qualquer festival que se preze requer um estudo prévio que já ando a falhar há muito.
Alguém muito especial, deixou-me muito triste ao dizer que os Radiohead não têm por hábito tocar aquelas músicas que me fizeram comprar o bilhete o quanto antes. E para não ter ilusões mostrou-me um site http://www.setlist.fm/, onde mostram todas as setlists dos últimos concertos e assim poder começar a treinar. 
E, como sempre, neste género de festival, descubro músicas incríveis e artistas brutais!

No meu caso, a não perder Radiohead (claro!), Tame Impala, Father John Misty e Courtney Bartnett!
Agora algumas das melhores :)










Bons concertos!

Princesa Boémia

sábado, 18 de junho de 2016

Os Monstros do Ano 2016


"As maiores e as melhores monstruosidades do ano.`

São os Monstros do Ano e não se pense que é coisa má. Os monstros são lindos e têm por objectivo principal divertir quem vê e quem é nomeado, premiando os que de facto se destacaram mais no ano passado e também os momentos mais embaraçosos. A ideia, é que todos queiram vir receber o seu Monstro e o queiram levar para casa, na absoluta certeza que receber um monstro é um acontecimento mais importante que um qualquer Óscar ou Globo."


Foi este o mote e a opinião de um amigo especialista na matéria, que me fez ir ao cinema de São Jorge dar umas belas gargalhadas a noite passada.
Nunca tinha ido a nenhuma das edições, mas com certeza que vai ser uma constante a partir de agora. 
Este evento pensado e representado por Fernando Alvim pretende destacar acontecimentos e pessoas que fizeram aumentar o numero de visualizações do youtube e se tornaram famosas, nem que sejam por alguns minutos.
Que Lisboa é a capital da cultura, já sabíamos, mas que Portugal é exímio em personalidades monstruosamente hilariantes, fiquei a saber na noite passada!
Aqui ficam alguns dos mais belos momentos da gala...

O Herói do Ano


O Monstro do Ano
(destaque a partir do minuto 5)


Pizza Boy
(Que apareceu na gala e fez a delícia dos presentes)


E ... o RIJO


Obrigada Fernando Alvim, por mostrares sempre o que realmente é este país e que somos os maiores... a rir!
Forca Portugal!

Princesa Boémia

quinta-feira, 16 de junho de 2016

Motivação precisa-se!

Já passaram mais de seis meses desde o final do ano! As promessas caíram tão suavemente pelo cano de esgoto, que nem dei por elas passarem! A meio de mais um ano, reflicto, com a mesma intensidade que fiz naquelas primeiras horas de 2016. Não deixei de ter os hábitos terríveis que me consomem tanto fisicamente mas apodrecem ainda mais o espírito.
Em seis meses fiquei constipada, com dor de garganta, ranhosa, com cefaleias intensas vai para cima de uma dúzia de vezes. Em seis meses não emagreci e os hábitos intestinais ganharam vida própria e não se deixavam comandar por mim. Em seis meses saí e perdi noites com os amigos, que já dificilmente se recuperam em dois dias. E o que fiz para ajudar o meu corpo a recuperar? Nada!
Em seis meses colecciono saídas nocturnas, jantares animados em gorduras e muito álcool à mistura. 
É certo que não engordei 30kg, é certo que não fiquei de baixa por incapacidade física, é certo que um brufen quase sempre resolveu estes meus problemas, mas também é certo que os meus níveis de ansiedade dispararam e que não obtive nenhuma conquista. Não melhorei em nada a nível de trabalho, não produzi nada, nem me esforcei para nada mais do que umas boas gargalhadas de odor etílico com os amigos. Somos um grupo de pessoas com demasiadas capacidades para serem desperdiçadas dessa forma. 
Bem, resumindo e concluindo, proponho-me a uma promessa na internet. Uma promessa que não pode cair em saco roto porque vou ter sempre que me lembrar disto constantemente e me chicotear sempre que abrir as redes sociais e pensar que podia estar a fazer uma corridinha e estou aqui alapada no sofá a beber minis e a comer cajus salgados enquanto vejo Portugal a empatar com a Islândia.
E como já referi, escolhi uma das actividades mais preferidas pelo público em geral, a corrida. E, segundo um livro fantástico, "Running - muito mais que correr" de José Soares, este é um desporto de eleição por diferentes razões:

  • Não implica qualquer ambiente específico;
  • O equipamento é básico;
  • Excelente exercício do ponto de vista cardiovascular;
  • Pouco exigente do ponto de vista técnico;
  • A intensidade pode ser regulada;
  • Infindáveis vantagens como suporte físico para diferentes modalidades.
Estas razões foram suficientes, para me fazer sair do sofá!



Princesa Boémia

domingo, 22 de maio de 2016

Histórias em viagem parte 1

Quando digo que tenho histórias das mais variadas e insólitas para contar das minhas imensas viagens a casa, ninguém acredita, mas garanto-vos que esta é mais uma preciosidade, de um amor tão sincero e genuíno que só um verdadeiro português saberá do que estou a falar.  
Já tive desde conversas a boas conversas, a partilha de histórias de vida como partilha de queijo com chouriço cortados com um canivete, numa carruagem de comboio. Enfim uma panóplia de sentimentos recíprocos que faz tornar este caminho de ferro menos solitário.
Esta história começou mal para mim, como tantas outras, em comboios intercidades. Estavam as carruagens todas a abanar, a velhota da frente sempre desconfortável a abanar a cadeira da frente, o miúdo ao lado a abanar o pé a ouvir música aos gritos nos auriculares, o casal de namorados a abanar saquetas de bolachas para lá e para cá e eu sem conseguir ter um sono pleno e descansado como merecia, dadas as horas da viagem! Eis que mais uma conversa de telemóvel se intromete no meu cantinho. O do rapaz do banco de trás. Tinha uma voz radiofónica e falava relativamente alto como se de um homem apaixonado se tratasse e quisesse exibir ao mundo uma das mais belas histórias de amor ouvidas numa viagem de comboio.
“Amor, já acordaste? Descansaste mais um pouco? Não tens nada para me dizer?“ Dizia ele perplexo, porque a namorada como boa mulher que é devia ter visto a surpresa e ficado encantada e apaixonada e tudo e tudo e tudo...
Mas, nada...
“Foste à casa de banho? Não viste nada?”
“Foste à casa de banho e não viste nada? Como é que é possível?”
Dizia ele já em tom de pânico e espantado com a quantidade de remelas que a namorada devia ter nos olhos para lhe toldarem de tal maneira a visão.
“Eu fiz-te um coração com o meu halibut no espelho da casa de banho, como é que tu não viste?”
“Não lavaste a cara? Foste mijar de olhos fechados?”
“És cá uma porca, como é que é possível não teres visto o coração que fiz com o meu halibut? E agora? Não o limpaste, o que é que o meu colega de casa vai dizer daquilo tudo cagado?”
“Tu não és nada asseada, nem a cara lavaste? É o mínimo... Tomar banho já imaginava que não o fosses fazer, mas a cara? Toda a gente lava a cara minha porca. Estou-te a imaginar neste momento numa pocilga...” (imita um som de um porquinho fofinho)
“Bem que estava a achar estranho não me teres dito nada, mas imaginei que era impossível não veres um coração gigante feito com o meu halibut, és mesmo uma despassarada!”
“Sim, logo tiro fotografia e envio-te, não faz mal de não teres limpo o espelho. Obrigada pela visita e espero que te animes, era o objectivo do coração”...
(Mas como és uma porca despassarada, não sei se o halibut teve o efeito desejado.)

(aguento ferozmente uma gargalhada)

The End


Princesa Boémia

domingo, 1 de maio de 2016

Em Abril andas a mil...

Se há mês que não dei por ele passar, foi o mês de Abril!
Escrevo este post no comboio a caminho de casa, numa viagem de 3h para lá e 3h de volta para fazer uma surpresa à minha mãe. Vale a pena cada surpresa, cada minuto que passamos junto dos nossos, cada nota que gastamos para os ver sorrir só de nos verem.
Falo-vos de momentos. Momentos que realmente valem ouro! Momentos que devemos saber apreciar intensamente.
No inicio do mês despedi-me da primeira ligação que tive com o meu trabalho actual como Enfermeira. Uma pessoa que me ensinou mais do que ela pensa, que foi um porto seguro, que esclareceu dúvidas, que apoiou e que partiu à aventura comigo. Despedimo-nos muitas vezes. Despedimo-nos como se de uma semana de férias se tratasse, mas aquela casa deixou de “tocar aquela canção”. Falo-vos de momentos. Momentos que realmente valem ouro. E ao rever fotografias antigas e ao imprimi-las ri e chorei e pensei, valeu a pena!
Depois vem mais um dia de aniversário. 27, não me diz nada de bom, ou rigorosamente nada relevante para mim. Aos 27 morreram ícones da música e sinceramente fico deprimida porque não sou um ícone de nada e também não gosto de números ímpares, nunca me fizeram sentir com sorte. Envolta num clima depreciativo resolvi apreciar cada momento. Cada chamada telefónica, cada mensagem, cada pessoa que veio ter comigo para me dar um beijinho, cada conversa, cada lembrança para dizerem que não se esqueceram de mim. E o meu dia já estava ganho. Porém, algo debaixo das minhas “barbas” se preparava. Uma surpresa! Nunca ninguém me tinha conseguido surpreender sem que eu tivesse dado por ela. E conseguiram! E foram os melhores do mundo! Eles não sabem que já tinha o dia ganho por estar com eles! Eles não sabem que tudo o que já tinham feito, já tinha enchido o meu coração e mesmo assim foram lá e deixaram-no a transbordar... Falo-vos de momentos. Momentos que realmente valem ouro.


E não obstante de tantas emoções, vamos terminar o mês na paz da Serra da Arrábida. Estar em contacto com a Natureza foi uma das experiências mais enriquecedoras que tive na Margem Sul. Fazer um trilho, mesmo com dúvidas e mesmo assim ir, confiando no amigo é quase como serpentear as diabruras da vida e ... viver. Falo-vos de momentos. Momentos que realmente valem ouro.
Conhecer alguém com uma história de vida diferente, com ideias diferentes, com perspectivas de vida de diferentes enriquece cada um de nós de uma maneira que nos pode moldar o resto da vida.
Momentos que realmente valem ouro.




Feliz dia da Mãe!

Princesa Boémia



sexta-feira, 25 de março de 2016

Receitas da Avó #1

Um dia deparei-me com um livro de receitas, em branco, cuja capa era livro de receitas de família que ficam perdidas no tempo. Achei interessante lançar uma pequena rubrica acerca deste tema.
É uma altura de família, onde mães e avós costumam juntar-se e passar dias a cozinhar para toda a gente. Sendo eu uma viciada nas comidas da avó e temendo que as suas receitas ficassem "perdidas no tempo", aqui está uma das receitas que sempre me lembrarão Páscoas felizes em família.

Biscoitos da Avó

Ingredientes

- 125 g de manteiga
- 400g de açucar
- 600g de farinha
- meio copo de leite
- 5 ovos

Confecção

Bater os ovos juntamente com o açúcar.
Derreter a manteiga e misturar, assim como o leite
Posteriormente juntar a farinha e bater até levantar umas "bolhinhas".
Deixar no mínimo 3h a levedar.
Manter o forno a 200ºC e fazer as formas que desejar e levar ao forno.



Princesa Boémia

terça-feira, 8 de março de 2016

Somos mulheres e queremos o mundo!

Hoje comemora-se pelo mundo o dia internacional da mulher.
Um dia que é celebrado devido à luta de mulheres que nos contemplaram com o sonho de podermos ser mais e melhor e não nos subjugarmos ao poder dos homens.
Um dia que é celebrado por associação a factos históricos quando trabalhadoras fabris em Nova-Iorque, protestavam contra melhores condições de trabalho, foram presas dentro do prédio e posteriormente foi incendiado. Morreram cerca de 130 mulheres 
De acordo com a ONU criaram-se direitos que todas as mulheres podem reivindicar:
  • Direito à vida.
  • Direito à liberdade e à segurança pessoal.
  • Direito à igualdade e a estar livre de todas as formas de discriminação.
  • Direito à liberdade de pensamento.
  • Direito à informação e à educação.
  • Direito à privacidade.
  • Direito à saúde e à proteção desta.
  • Direito a construir relacionamento conjugal e a planejar a sua família.
  • Direito a decidir ter ou não ter filhos e quando tê-los.
  • Direito aos benefícios do progresso científico.
  • Direito à liberdade de reunião e participação política
  • Direito a não ser submetida a torturas e maltrato.
Segundo Sapo Lifestyle e como todas as mulheres que leêm este post sabem, ser mulher nos dias de hoje acarreta uma série de obrigações intermináveis que vão desde ser a dona de casa perfeita, a companheira cúmplice e compreensiva, a mãe dedicada e preocupada, a profissional competente e cumpridora, a filha atenta, a nora responsável, a amiga presente, a governanta que organiza o dia a dia da família. E, no meio disto tudo ainda precisa de arranjar tempo para ser mulher, não descurando a imagem, manter um peso estável, andar em cima da celulite, arranjar tempo para ir ao ginásio, ver montras, pôr a conversa em dia com as amigas. Pode não ser tão difícil como noutros tempos, mas, os obstáculos ainda continuam a ser muitos e difíceis de transpor.
Segundo o mesmo artigo da Sapo Lifestyle, Portugal recuou 12 posições no ranking da igualdade de género.
Muitas mulheres continuam a ser pressionadas para adiar a maternidade ou para não fazerem o horário reduzido de direito de amamentação.
Muitas mulheres continuam a ser mortas e a sofrerem de violência doméstica sem serem ouvidas ou ninguém lhes dar apoio.
Segundo este artigo fantástico das Capazes, " não queremos flores, queremos direitos e oportunidades iguais. Queremos respeito. Queremos ter uma voz. Queremos uma ocupação igualitária do espaço público. (...) queremos o mundo! Sim, queremos o mundo!"
A todas as super-mulheres que andam por aí, não vos desejo só um bom dia! Desejo uma vida plena de concretizações, de luta de melhores direitos e de vida, de ter oportunidade de escolha de companheiro e de ter um relacionamento igualitário e saudável... Desejo mais respeito também por vocês próprias. Não deixem a vida passar por vocês... 
Princesa Boémia

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Os melhores comentários aos filmes nomeados para os Óscares

Já dizia outrora o grande Rui Veloso, que não se ama alguém que não ouve a mesma canção. No entanto a história comigo foi outra e sem dúvida que um dos meus requisitos básicos para um homem ideal é partilhar o gosto que tenho pelos filmes. 
Como tal, e não sendo nadinhaaaaa tendenciosa, pedi ao maior especialista da sétima arte que conheço para me comentar os filmes nomeados para os Óscares. 
É sem dúvida uma das melhores noites do ano para se estar agarrado à televisão. 
Mas nunca esquecendo que os filmes da vida real que terminam com o, viveram felizes para sempre, são sempre os melhores! :)

Princesa Boémia

E é chegada a altura dos óscares! Uma cerimónia que serve para celebrar o que de melhor se fez em Hollywood (mas não só) e que tem uma quota parte de prestígio para quem o recebe. No entanto a “vida” não acaba quando não se ganha, aliás bem pelo contrário e existem numerosos casos em que o facto de não terem ganho criou uma espécie de mito em volta desse filme, actor/actriz ou realizador. É o caso do muito conhecido Leonardo DiCpario (provavelmente acaba a seca este ano), mas também é o caso de filmes como Taxi Driver, The Network,  ou realizadores como Alfred Hitchcock ou Stanley Kubrick.
No entanto este ano não é particularmente um grande ano para a produção cinematográfica em Hollywood e podemos constatar isso nos nomeados. Ainda assim há a destacar uma rara diversidade em todos os filmes que estão nomeados, que vão desde do drama histórico, às histórias baseadas em factos/pessoas reais, ou( finalmente) um filme de acção, esse género a par da comédia tão menosprezado quando se fala nesta altura de prémios.
Todos os anos tento acompanhar muito de perto a cerimónia e tento ver ao máximo todos os filme que consiga para ter um feedback e poder “opinar” sobre eles, não para reclamar sobre a “justiça” dos vencedores ou vencidos mas porque adoro cinema. Começando pela lista dos filmes nomeados encontra-se para mim a maior surpresa do ano: Mad Max- Estrada da Fúria. Acompanhando relativamente de perto a actualidade do cinema, deparei-me com as listas anuais de melhores filmes tanto pela revista Sight and Sound ou a Cahiers du Cinema, qual não é o meu espanto que encontro lá o Mad Max. Achei curioso e fui vê-lo, resultado, um filme muito interessante, muito intenso, bem realizado( Cuidado Inarritu, George Miller pode estragar-te a festa), uma fotografia brilhante, personagens cativantes, apenas peca pelo argumento algo flat, ou básico se preferirem. No entanto posso afirmar com coragem que é provavelmente o melhor filme de acção desde Terminator 2( já é um grande elogio). Percorrendo a nossa lista encontramos A Queda de Wall Street, um filme que aborda o começo da crise financeira que afectou o mercado imobiliário dos EUA e consequentemente o resto do mundo. Um filme competente, com boas interpretações( não havia espaço para todos na categoria de melhor actor, mas Steve Carell merecia), um argumento bem estruturado(apesar de confuso devido aos termos técnicos que utiliza) no entanto não deslumbra e apenas impressiona pela passividade com que se tratou uma questão tão sensível.
Para mim o grande intruso desta lista é o filme Perdido em Marte, um filme tipicamente de Hollywood, com clichés vários, um argumento banal e que torna o filme esquecível e pouco memorável. A juntar à festa uma interpretação medíocre de Matt Damon( não me convence sinceramente). Conclusão:um fiasco de filme.  A este junta-se o filme de Spielberg Bridge os Spies, um filme de espiões em plena guerra fria( tema muito batido), em que um advogado é incumbido de negociar com os russos uma troca de prisioneiros. Um thriller misturado com suspense, mas que não encanta nem faz com que nos importemos com as personagens. Onde anda a astúcia e o arrojo de Spielberg?
Brooklyn, um drama de época em que uma imigrante irlandesa muda-se para os Estados Unidos e apaixona-se por um rapaz. A história depois centra-se na escolha entre a família que ficou na Europa ou o amor que fica na terra do tio Sam. Um filme em que apenas se destaca Saoirse Ronan com uma interpretação muito boa. Por último deixei para o fim os 3 filmes mais polarizadores desta lista. Primeiro Room, do mesmo realizador de Frank, Leonard Abrahamson, um filme que filme o cativeiro e posterior fuga e adaptação ao mundo exterior de uma criança e mãe que foram raptadas e mantidas fechadas numa casa durante 7 anos. Um filme muito bom, com interpretações brilhantes de Brie Larson( provável vencedora na categoria de melhor actriz) e Jacob Trembley, um actor de palmo e meio que carrega o filme às costas com a sua interpretação do rapaz que nasce no quarto e que nunca conheceu o mundo exterior. Um filme independente que tem muito mérito em como consegue cativar o espectador com uma história muito simples. The Spotlight, um filme muito controverso pelo tema que aborda( abusos sexuais por parte da igreja católica durante décadas na cidade de Boston) e que se centra numa equipa de jornalistas de investigação do Boston Globe que descobriram e tornaram públicos estes casos, e que envolvia as mais altas patentes da igreja católica naquele estado. Esse trabalho de investigação magnífico valeu-lhes um prémio pulitzer. Fazendo aqui uma declaração de interesses, este é o meu filme favorito desta lista. Um filme que tem um argumento muito sólido, não tem uma interpretação acima da média mas talvez seja isso que funciona tão bem, porque é uma equipa de jornalistas onde todos dão o seu contributo e todos estão muito competentes (Liev Schreiber e Michale Keaton principalmente). O melhor filme sobre jornalismo de investigação desde Os Homens do Presidente, e que sem dúvida para mim merece o óscar de melhor filme. No entanto provavelmente perderá para The Revenant, um filme sobre a jornada de sacrifício de Hugh Glass (DiCaprio) em busca de vingança sobre o homem que matou o seu filho. Um filme que tecnicamente é soberbo, com uma fotografia magnífica(tudo filme em luz natural), realização muito boa e uma interpretação de grande nível de Leonardo DiCaprio , e que provavelmente lhe valerá o óscar de melhor actor, o meu favorito é outro (Michael Fassbender). Aquilo que distingue este filme de Spotlight é o argumento, porque ele é a coluna vertebral do filme, e partilhando da opinião de outras pessoas, em que um filme é uma soma de várias partes incluindo realização, actores, argumento, fotografia etc, também é verdade que a diferença desses tópicos entre os dois filmes é menor do que a diferença do que ao argumento diz respeito, e por isso a minha escolha vai para The Spotlight. Por, fim vou tentar prever os resultados finais de domingo( não os meus favoritos):

Melhor Filme: The Revenant
Melhor actriz: Brie Larson
Melhor actor: Leonardo DiCaprio
Melhor actriz secundária: Alicia Vikander
Melhor actor secundário: Mark Rylance (Go Stallone!)
Melhor realizador: Alejandro G.Inarritu
Melhor argumento Adaptado: A queda de Wall Street
Melhor argumento original: Spotlight
Melhor filme estrangeiro: Saul Fia (Hungria)
Melhor filme de animação: Inside Out (Vejam Anomalisa!)
Melhor fotografia: Emmanuel  Lubezki(The Revenant)


Boa cerimónia para todos! E bons filmes.