segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Ainda em 2016

2016 não foi um ano nada fácil para mim e para o mundo. Um ano marcado por guerras e ataques terroristas que mataram milhares de pessoas inocentes. Um ano que viu desaparecer inúmeros artistas que partiram cedo demais. Um ano em que os desastres da Natureza fizeram muitos mortos nos sismos em Itália e na Madeira deflagraram incêndios como nunca antes vistos. Um ano que viu eleger em Portugal o Professor Marcelo Rebelo de Sousa e um Trump nos Estados Unidos da América.
Este 2016, tirou-me uma pessoa muito querida e de que sinto tanta falta. Às vezes, quando penso nela, parece que não desapareceu. Que ainda está lá à minha espera. E de facto, está. Onde quer que esteja, está à minha espera. Gostava de ter passado ainda mais tempo com ela, ter aprendido mais, ter experimentado mais. Gostava de lhe ter agradecido mais pela paciência em cuidar de mim e de todos e desejava ter descoberto mais cedo esse mal que a levou, ainda cedo. O meu coração ainda dói, mas mais coragem do que ela nesta luta, nunca vi ninguém. Obrigada avó por tudo.
Este ano também me desafiou de tal forma tanto pessoal, como profissionalmente que me senti no limite inúmeras vezes. Várias vezes balancei entre gerir as situações de forma racional ou não pensar em mais nada e ... deitar tudo para o espaço!
Mas, já num novo ano, percebi que o meu limite não era o que julgava ser. Percebi que por mais que as coisas mudem, que as pessoas faltem, que a vida dê uma volta de "720º", há sempre uma forma de te reinventares, de criares novos objectivos, de entender que afinal aquelas mesquinhices do dia-a-dia que não te deixam viver não valem nada. E, nunca é tarde demais para perdoar, para entender que fizeram errado, para voltarem a viver em paz novamente. Percebi também que a paciência pode ter frutos e é um dos bens mais difíceis de encontrar. Percebi também que no meio da adversidade, vai estar lá sempre uma mão amiga, que já conhecias ou outra que não estavas a contar e criam-se laços inimagináveis que espero que durem para sempre. Este ano despedi-me de muita gente que saiu da minha vida por opção ou imposição física. E abracei outros tantos que o tempo e o sítio em que dormem no mundo nada o fizeram mudar. Corri "um bocadinho", principalmente de um trabalho para o outro, mudei de casa, fui assaltada, o meu carro avariou, ouvi boa música, bons filmes, ri muito e nunca chorei tanto como este ano. Nunca!
Portanto, ao contrário de outros anos que propunha mentalmente planos e mais planos, não vou traçar sequer qualquer objectivo. Venho para este ano com a vivacidade de que venha o que vier tudo se há-de resolver. Somos mais fortes do que pensamos, mais livres do que sonhamos e mais inteligentes do que sabemos. 
Em 2017 já juntei amigos à mesa, já dormitei no sofá a ver um filme e preparo-me para um dia de trabalho longo. 
Obrigada a quem esteve em 2016, obrigada a quem permanece em 2017. 
2017 só te pedi um desejo, que requer mudar mentalidades, por isso sei que vai ser difícil, eu sei.
E para este texto não ser tão deprimente, aqui vai um vídeo das situações hilariantes em 2016.


Princesa Boémia

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