Grávidos

Um dia acordas da adolescência e deparaste com a possibilidade de ser mãe! Toda a gente começa a falar sobre isso e quase que ficas bêbeda de tanta informação necessária e outras tantas despropositadas.

Como tal, juntei-me aos melhores. Ao melhor casal que conheço, a grandes amigos e sem papas na língua. Se por vezes, achava que se tivesse um filho a probabilidade de me esquecer dele ao pé dos legumes do pingo-doce era grande, hoje em dia penso com grande carinho numa das grandes experiências de vida, que quero muito ter. Mas tudo a seu tempo.

Aqui vai a crónica da super mamã C. e C. Espero que gostem.

Despertar o relógio

É importante neste tema referir que desde a decisão de engravidar até à sua prática, não existem atos individuais. É necessário haver vontade e desejo, disposição para sacrifícios, amor, cumplicidade entre um casal, debate sobre o tema... Isto falando no meu caso concreto, pois ambos sabemos que em muitas ocasiões as gravidezes não são como eu as estou a projetar. Mas a nossa gravidez aconteceu assim! Estivemos os dois grávidos! Ambos sentimos e vivemos a gravidez como se fossemos um só!

A existência de uma cumplicidade inexplicável, de um amor intenso, de vivências fortíssimas, despertou em nós um desejo enorme de querer partilhar em conjunto algo que seria fruto desta relação. O sentimento maternal não chegou simultaneamente a ambos, nem foi algo premeditado, mas a sensação de perceber que isso poderia acontecer e sentirmos que isso nos faria feliz, foi o grande passo para a decisão.

Há nisto tudo temas fulcrais para a decisão. Seja desde a disponibilidade para deixar de lado uma vida descontraída e descomprometida de responsabilidades, rotinas, seja por questões financeiras, seja por sacrifícios que começam a surgir desde o primeiro segundo em que existe esta tomada de decisão!

Se decides engravidar começas a rodear-te das seguintes questões: sacrifícios alimentares (sim existem muitos alimentos que tens de eliminar das tuas refeições, muitos cuidados com a higiene e limpeza dos mesmos,etc), diminuição/ eliminação de algumas práticas sociais como fumar/ beber/ sair para uma noite intensa de loucuras, alteração de rotinas e hábitos comuns como horas para te alimentares, tempo para descansar, horas para relaxar...

Então quer dizer que antes sequer da concepção já temos de nos preocupar com todas estas questões?! Pois é e nem sempre acontece como planeado. Sim porque engravidar não é o ato explosivo de um espermatozóide fecundar um óvulo no ventre de uma mulher!... Há muito por de trás dessa pequena perspetiva comum!!! Para além dos cuidados de que já mencionei anteriormente, há que eliminar métodos contraceptivos, gerir datas de menstruação e ovulação, consultar um médico e realizar exames, para além da vontade e predisposição intensa para aproveitar os momentos mágicos com o nosso companheiro. Mas atenção, não quer isto ainda dizer que se engravide imediatamente!

É preciso estar preparado para todas estas peripécias e não desanimar, pois é algo que não se ensina, não se fala e não tem publicidade... Engravidar é mais complexo do que o que se imagina, para quem nunca esteve nessa situação. Só compreende quem planeia, pretende e age nesse sentido.

Essencial dizer é que não podemos esperar pelo momento certo para decidir engravidar, pois esse momento não existe. Não vale a pena esperar por condições financeiras para decidir, pois nunca haverá condições ideais. Basta apenas decidir e tudo se concretiza!

Apesar das mudanças que a gravidez nos presenteou, a nossa cumplicidade, amor e fluída comunicação são as armas fundamentais para a nossa felicidade com esta nova etapa e essencialmente entendimento como casal.

Fomos individuais, somos um só, seremos o plural das nossas escolhas e decisões.

C. e C.